Crónica Évora
Caros companheiros Kartistas,
Primeira prova do campeonato Ormei, circuito de Évora.
Évora,
circuito conhecido já por todos os colegas, à chegada, para surpresa de
muitos, circuito seria em sentido inverso. Rui Carneiro a fazer das
suas.
As minhas mangas seriam a 2ª e a 3ª, daí que assisti de fora à 1ª
prova. Grandes lutas nos lugares cimeiros e um desenrolar de prova bem
interessante. Prometia para a 2ª manga!
De olhos no Francisco
Reis, kart 57, porque seria o meu para a proxima manga, notei que a luta
estava a ser dificil! O chiquinho rolava muito lá atras e não conseguia
ganhar tempo aos da frente...
Chegado o final da prova, o descanso para alguns, o inicio do nervoso para outros...
2ª Manga.
Qualificação,
faço o que sempre faço, deixo espaço para o da frente e faço-me à
estrada. Volta após volta, sinto falta de frente no kart. Para que
conseguisse apontar a frente para a curva era necessário uma força
brutal de braços e ajuda do travão. O kart, nº 57 era um pesadelo. Para o
tipo de condução que gosto, este era exactamente o contrário. O
desenvolvimento do motor em recta era fraco também... Fiquei para o
final da grelha de partida e não se adivinhava melhores resultados para a
prova.
Partida, com calma e pelo interior e aproveitando a confusão dos
outros, lá ia subindo umas posições. Quando a confusão se dissipou e as
voltas começaram a ficar limpas, foi quando comecei a perder tempo para
os meus colegas de atrás. Sempre a fazer uma força brutal sobre o
volante e com o corpo a ajudar o kart a virar, o desgaste já era grande.
Nas ultimas 5 voltas, estava feito em papa. Já era um esforço fazer
cada volta. Acabei em 17º lugar, com dores na zona lombar, nos braços e
mãos. Grande batalha!
No intervalo, aproveito e troco impressões com o Francisco sobre o
proximo kart (72 ?) e aproveito para dizer muito mal do anterior. Depois
desta troca de informação, fico com a impressão que não se adivinhava
um melhor cenário para a 3ª manga...
3ª Manga.
Qualificação, entro em pista e
começo imediatamente a fazer diagnóstico ao kart. Pneus ainda frios e
este já virava dez vezes melhor que o anterior. Volta após volta, a
direcção ficava precisa e incisiva. O desenvolver do motor não era
óptimo, portanto foi uma questão de gestão. Travar ou desacelerar um
pouco antes para conseguir entrar e sair das curvas já em rotação alta.
Estava a correr melhor, a expectativa de fazer um tempo aceitável era
realidade. Ambicionava um 6º lugar na grelha de partida, mas apenas
consegui uma 10ª posição... Sinal de que ainda tinha muito a melhorar
durante a prova.
Na partida, confusão nas primeiras curvas, muitos toques e peões.
Aproveito e subo de posições até chegar a 5º ou 6º. Andei durante as
primeiras 10 voltas sozinho, a gerir a distância para os da frente e
para o pelotão que vinha a 3, 4 segundos atrás. Tentei manter a
distancia, mas acabei por fazer dois erros na mesma volta que fizeram
com que me alcançassem... Alarguei muito a direita depois da recta da
meta, que me prejudicou para a esquerda de cotovelo, de onde saí a passo
de caracol! Já desconcentrado, só a pensar em ganhar velocidade na
recta, alarguei a esquerda lá em cima, quase ao ponto de sair de
pista... Com esta desconcentração, perdi os 3 segundos que me separavam
do pelotão. O Dário foi o primeiro a colar-se a mim (depois de uma
recuperação formidável, que só soube depois cá fora). Vinha muito rápido
e ainda o segurei 2 voltas, até que na curva que se segue à recta da
meta, conseguiu o espaço interior e fui obrigado a abrir a trajectória e
a entrar na parte suja da pista onde acabei por fazer pião. A tentar
voltar à pista perdi 5, 6 posições. Faltavam nesta altura cerca de
8minutos para o final da prova. Segui caminho a tentar obter uma melhor
posição. Até ao final, consegui recuperar 3 lugares e fiquei a fazer
prova com o Diogo Sousa, num belo despique de posições, com um "agora
passas tu, agora passo eu", até à ultima curva! Diogo, deixo-te aqui uma
palavra, ESPECTÁCULO! Fiquei com o 10º e o Diogo com o 11º ao passar a
axadrezada. Valeu!
Abraços e até Palmela.
Paulo Manso