Colocado: 02 Junho 2010 às 00:59 | IP Registado
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Olá caros rivais do IHSV,
aqui vai a minha crónica. com um certo atraso, deixando entrever que quem não tem tempo para escrever, ainda menos tem para treinar..
Ainda assim, eu achava-me em relativamente boa forma ao chegar a Fátima. Nada me faria prever que iria perder o "nariz" nas 2 mangas. Acontece que o meu kart, já de si, não era grande coisa ( tipo "burrito", como cantarolou na sua crónica o meu irmão, Zé Luís).
Mas, atendendo aos azares que muitos outros sofreram, eu considerei que a prestação do "binómio piloto-kart" não estava assim tão mal e não disse nada. Sem incidentes, nem acidentes, teria ficado no "top-ten" em qualquer das mangas. E, dadas as circunstâncias, isso era um resultado "aceitável".
Só que aconteceram acidentes ,na 1ª manga; e incidentes na 2ª, que me tiraram o nariz. E nestas provas, como é sabido, quem perde o nariz, perde tudo (ou quase... sempre fica alguma coisa).
Na 1ª manga: a perda do nariz deveu-se à re-entrada em pista de um piloto que tinha feito um "pião" e que estava a ser ajudado por um dos comissários da prova. Não viram que vinha lá eu... É uma situação igual à que aconteceu comigo no Campera, na última prova. Como sei que em todos estes casos os pilotos são experientes e são ,ainda para mais, bons amigos meus, não ponho em causa a sua boa-fé . Provavelmente foram induzidos em erro pela boa vontade dos tais comissários de pista que, por sua vez, também tinham a boa-vontade de pôr os karts em movimento .
Não critico ninguém. Mas chamo a atenção para a óbvia necessidade de prevenir a última coisa que nos pode acontecer numa corrida, que é a possibilidade de nos magoarmos num acidente. E chocar de frente com a "lateral" de um kart que se apresenta em marcha lenta. a escorregar pela pista, é uma situação perigosa. Como me aconteceu por duas vezes seguidas e sem que que nenhum dos intervenientes estivesse particularmente emocionado com a disputa de qualquer coisa - parece-me que é o tipo de acidente que acontece porque ninguém pensa nele..
Então eu digo: atenção às re-entradas em pista após um pião ou qualquer outro acidente. Os capacetes retiram muita da "visão lateral", de que habitualmente dispomos. Mas temos que nos certificar de que não vem lá ninguém, virar a cabeça e tal... Apanhar com outro kart em cima da barriga é que é mau.
Então, para não correr o risco de caír na barriga de ninguém, optei por me atirar para a relva. mas como o nariz do meu kart é muito sensível e nem sequer tinha tomado anti-histamínicos, "saltou".
Saltou - box- último lugar - passa para a outra crónica...(mas ainda houve quem ficasse atrás de mim...?..).
Na 2ª manga:
o kart andava pouco e eu pertia de uma posição lá bem atrás. Mas fui andando e ganhando algumas posições, sobretudo á custa dos azares alheios.
Mas, raios partam a sorte, na penúltima volta, ia eu muito descansado a guiar tipo "turista", ficou-se o kart sem direcção, saí pela relva, voltei e fui muito devagarinho até às boxes, mesmo a tempo de ver a bandeira de xadrez ser apresentada aos primeiros.
À tarde nos F390 foi pior. Com o calor não me aguentei e ia caíndo para o lado. Depois lá recuperei um bocado. Mas posso dizer desta tarde que: "Enquanto tinha forças não tinha kart; e quando tive kart, já não tinha forças". Mais os incidentes de percurso, é muita coisa junta.
Aproveito para chamar a atenção para o episódio histórico e memorável, que se deu bem perto de Fátima, muitos anos antes deste terra ser conhecida pelas Aparições da Nossa Senhora (mas os intervenientes também a invocaram). O Museu de Aljubarrota fica a poucos quilómetros dos kartódromos de Fátima e de Leiria. É quase imperdoável que não o visitem. Para se prepararem e para se entusiasmerem com a sua mensagem anímica ( que também é indispensável a qualquer grande piloto português), sugiro a leitura de dois livros que li por estes dias: "A Vitória de Aljubarrota", de Vinício de Sousa e "O dia de Aljubarrota", de Luís Rosa. Vão ver que é um tema muito interessante e podíamos fazer uma tertúlia kartístico.histórica sobre o assunto.
Um abraço do Jorge Fonseca
__________________ Jorge Fonseca
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