Taça Inter Trofeus : InterFórum : Campera I- 4 de Outubro de 2008

Se uns meses de inactividade são coisa para criar ganas de voltar às lides, desta feita existia a motivação complementar da inscrição no campeonato, um cenário que prometia ser (ainda) mais competitivo.

Acresce que o Campera, é uma pista com que usualmente me entendo bem. Isto apesar do miolo enrolado que penaliza os que, como eu, podem largar uns 5 kgs de lastro sem furar o peso mínimo. Ou a dificuldade que existe em ultrapassar... de forma limpa pelo menos.

Calha-me o kart n.º 2 para a primeira prova (segunda do dia), nem é particularmente mau, nem bom. Os treinos correm bem, apesar da pista estar bastante empoeirada e a escorregar bastante fora da trajectórias ideais. Invisto em sintonizar-me com a mesma e com o carro, sem fazer nenhuma volta particularmente boa e o sexto lugar na grelha surpreende-me positivamente.

A corrida começa sem grandes sobressaltos e até à 3 ou quarta volta, sigo em quinto, perto o João Teixeira, controlando a manada que me segue. Mas a coisa começa a aquecer, as marradas por trás começam a suceder-se e começo a largar os quatro primeiros. Até que o caldo azeda à quinta volta: na direita que fecha o sector mais rápido da pista, a seguir à recta da meta, levo um toque à DTM: a carroçaria não parte, porque não existe! consigo evitar o téte, mas a manada concede-me uma serie de téte-a-tete’s em plena curva. Saio da mesma a pensar que tinha passado tudo por mim... o quadro é negro e o humor não é menos sombrio, mas ataco até me livrar de uns quantos e me encostar ao grupo do telmo antunes, augusto marques e, salvo erro, do carlos costa. Entre eles a coisa aquece: por várias embrulham-se alegremente na direita que fica no final da recta da meta, o que chega a valer-me uma ligeira sessão de agricultura à saida da mesma. Não sendo o sarilho bastante, meto-me ao barulho, e subo uma posição. A coisa vai amainando e até ao fim seguimos em fila sem grandes avarias, mantenho-me colado ao Augusto Marques, a à espera de umas migalhas, mas a coisa fica por ali: nono!

Durante o intervalo, a 2.ª manga dos “consagrados”... com excelentes guerras e um par de ultrapassagens notáveis no final da recta da meta. Embora às páginas tantas, um numero de circo, daqueles a que não se consegue achar graça, nos deixe a todos mal dispostos e com vontade de nos irmos embora.

Para a segunda corrida da tarde, sai-me o Kart 12, como o anterior, aparentemente sem mais defeitos ou virtudes que os demais. Faço os treinos perto do miguel brito, vejo que lhe ganho tempo e mais uma vez levo a coisa com descontracção e sem sentir que alguma das voltas tivesse sido brilhante: nono para a partida. Ainda assim pior do que estava à espera...

Na partida, a bandeira baixa e... o meu carro não se mexe, olho por reflexo para o cabo do acelerador mas uma coquinada providencial do miguel brito põe a coisa em marcha, o posicionamento junto à corda para a primeira curva livra-me de sarilhos maiores e, à saida, encontro espaço no lado oposto da pista para abordar a segunda nas mesmas condições, embora sem evitar uma travagem no limite. A tactica dá lucros e ganho alguns lugares. As voltas seguintes são de guerra constante, mas a coisa vai-se arrumando, mais uma vez com uns toques maldosos à mistura, que mais uma vez me fazem recuar ligeiramente na classificação. Até que fico encostado ao João Teixeira cuja “largura de ancas” faz com que por duas vezes defenda a sua posição junto à corda junto do lado oposto da pista, deixando-me numa delas com duas rodas de fora... Ainda assim, a coisa fica por ai e desenrola-se aguerrida mas sem grandes números até ao final da prova. Isto aparte da passagem de um objecto estranho pilotado pelo António Matos, que passa por nós como um raio e uma conduta em pista absolutamente impecável.

Moral da história: afinal, apesar das aparências, ainda há verdadeiros “gentlemen drivers”.

abr.

Miguel Judas